Tão errado que parece certo
- Fabio Gossi
- 4 de ago.
- 4 min de leitura

O dia em que o absurdo virou rotina
Já teve a sensação de que o mundo tá em chamas, mas todo mundo segue respondendo e-mail, postando vídeo de gatinho e agindo como se estivesse tudo normal?
Guerras, clima biruta, decisões políticas que parecem roteiro de comédia… e mesmo assim, amanhã tem reunião às 9h.
Isso tem nome. E não, não é só “segunda-feira”.
No dia a dia
🧠 Hipernormalização: quando o absurdo vira o novo normal
O termo foi cunhado por Alexei Yurchak, ao estudar os últimos anos da União Soviética. Todo mundo sabia que o sistema tinha falido, mas fingia que funcionava.
Era mais fácil seguir a encenação do que encarar a verdade.
Soa familiar?
Hoje, seguimos em frente com a fachada do "tudo certo", mesmo quando tudo está meio torto. Fingir que está tudo normal virou uma espécie de habilidade moderna.
Soft skill do momento: enxergar o óbvio sem disfarces.
Nomear o que está esquisito é o primeiro passo pra não ser engolido por ele.
🚫 Não tá tudo bem (e fingir que tá não ajuda)

Frases como:
"É só uma fase".
"Nem pensa nisso".
"Tá todo mundo assim".
Viraram o bom dia emocional do século.
A gente sorri por fora, mas por dentro... só o gif do cachorro tomando café no meio do incêndio.
Soft skill em destaque: inteligência emocional com os pés no chão.
Fugir é compreensível. Viver anestesiado, não.
💤 Quando fingir esgota mais do que encarar
Tem dias em que tudo parece um checklist infinito e sem sentido. Você não sabe se está exausto ou só entediado. Mas sabe que algo não encaixa.
E não, não é só com você.
Ansiedade antes do despertador
Desânimo que vira regra
Burnout que parece sotaque do mundo
O corpo grita “tem algo errado”, e a mente responde: “depois a gente vê”.
Soft skill pra cultivar: autoconsciência sem drama.
A primeira atitude lúcida do dia pode ser só dizer: “não tô bem”.
Eu sinto que…
🗣️ Lucidez é contagiosa

Fingir normalidade não é resiliência — é cansaço performático. Dizer “isso aqui não devia ser aceitável” não é drama — é sanidade.
E quando alguém rompe o silêncio, outros se sentem menos sozinhos. Começa a quebrar a bolha do “tudo sob controle”.
Soft skill que inspira: coragem de ser honesto.
Falar o que sente não te enfraquece. Te humaniza.
Like a pro
🧟♂️ Como sair do modo zumbi (sem sair do grupo do trabalho)
Você não precisa cancelar tudo. Às vezes, a saída está em detalhes:
Uma reunião onde é permitido dizer “não sei”
Um projeto que valoriza escuta antes de entrega
Um cronograma que inclua o tempo humano nos KPIs
Soft skill do futuro (que a gente precisava ontem): inovação com empatia.
Criar com limite e lucidez é mais ousado do que parece.
🫣 Confissões sinceras (quem nunca?)
Sim, eu também já:
✔ Ri pra não gerar conflito
✔ Fiquei quieto quando queria gritar
✔ Entreguei no prazo e perdi o sono
Hoje, entendi que criar com verdade exige uma coisa só: admitir que não tá tudo bem.
Soft skill em construção: integridade emocional.
Alinhar ação e sentimento é difícil. Mas é daí que vem a força.
😵💫 Parece exagero? Talvez. Mas não é mentira.
Vai ter gente dizendo:
“Você tá dramático.”
“Pensar demais é perda de tempo.”
“Sempre foi assim.”
Mas o desconforto é um alerta. É portal.
Você não precisa salvar o mundo na terça.
Só precisa parar de fingir que ele tá “ok”.
Soft skill de quem acordou: autorresponsabilidade com afeto.
Você não criou o problema. Mas pode criar um jeito mais lúcido de existir dentro dele.
📝 Resumo da ópera (sem sinfonia triste)
📌 Hipernormalização é o caos de terno desejando bom dia
📌 Fingir que tá tudo bem esgota mais que a própria crise
📌 Nomear o que incomoda ajuda a reconstruir sentido
Soft skill pra ter no bolso: discernimento pra não aceitar tudo como normal.
💡 Inspirações práticas (sem deprê)
🧠 No home office:
Troque o “tudo certo?” por “o que tem sido difícil essa semana?”.
A vulnerabilidade sincera alivia o coletivo.
🏢 No presencial:
Questione o automático.
Crie espaço pra discordar sem medo. A concordância automática é só silêncio disfarçado.
Para encerrar
🚌 Pra terminar (mas não pra esquecer)
Hipernormalização não é só uma palavra difícil.
É aquele incômodo que aparece no inbox, no ônibus, no café da manhã.
E entender isso… muda tudo.
Fica mais difícil aceitar que o absurdo vire hábito.
📊 Qual dessas verdades te representa hoje?
🎧 Sobe o som:
🔮 No próximo capítulo:
📚 Referências pra clarear as ideias:
Alexei Yurchak – criador do termo hipernormalização
“HyperNormalisation” – doc de Adam Curtis (BBC)
Histórias reais de burnout e recomeço
🤝 Pra quem quer criar com mais lucidez
Conheça como a Conversa Colab tem ajudado pessoas e empresas a enxergarem a hipernormalização no cotidiano e desenvolverem coragem emocional para criar ambientes mais empáticos, humanos e sustentáveis.
Equipe Conversa Colab




Comentários