Tá ruim, mas tá bom bom
- Fabio Gossi
- 21 de abr.
- 5 min de leitura

Resumo
A felicidade absoluta é uma ilusão, mas a insatisfação total também. O paradoxo é esse: mesmo quando tudo parece um caos, sempre surge um motivo pra sorrir, continuar e até agradecer.
Daí nasce o famoso “tá ruim, mas tá bom bom”: um jeitinho brasileiro? Sim. Mas também uma percepção sincera sobre como a vida realmente funciona. Não perfeita. Mas é possível.
A gente reclama do trânsito, do atendimento demorado, do preço da feira. Mas também ri da própria desgraça, transforma perrengue em história de almoço e ainda solta um "café ou coragem?".
No fundo, já entendemos que viver não é sobre evitar problemas, e sim sobre atravessá-los – com estilo (ou pelo menos com dignidade).
Like a pro
Insatisfação que empurra pra frente
Existe algo curioso – e contraditório – nesse nosso eterno sentimento de "quero mais". A gente nunca tá completamente satisfeito, mas isso não impede de seguir em frente, planejar uma viagem (mesmo com o saldo no vermelho) ou pensar em mudar de carreira (mesmo sem ter certeza do próximo passo).
Essa inquietação não é defeito. É combustível. Ela motiva, provoca, impulsiona. O truque é não deixar que essa busca por algo melhor vire paralisia. Se esperar tudo estar perfeito para agir, a vida trava. E aí o "ruim" nunca melhora e o "bom" nunca chega.
A felicidade não mora no final da jornada, mas no meio da bagunça, entre o que já deu certo e o que ainda falta. É nesse território meio confuso que a vida realmente acontece.
Soft Skill: proatividade🧭
É agir mesmo sem ter todas as certezas. Não esperar pelo momento perfeito, mas criar movimento a partir da vontade. É transformar inquietação em ação – e permitir que o "bom bom" comece a tomar forma.
O improviso é parte do plano

Não tem manual pra viver. Tem tentativa, erro, pizza requentada no café da manhã e aquele clássico “vai assim mesmo”. O filósofo chama de pragmatismo, a avó diz que é "fazer das tripas coração", e a gente só chama de terça-feira.
A realidade não tem roteiro decorado nem cenário bem iluminado. É tudo ao vivo, no improviso, com tropeços no caminho e figurino duvidoso. E é isso que torna tudo tão rico.
Muita gente encara o improviso como falta de planejamento. Mas, na prática, é sinal de inteligência emocional. É saber lidar com o inesperado sem perder o prumo – ou, pelo menos, tentando segurar a pose.
Soft Skill: adaptabilidade🎭
É a capacidade de se ajustar ao novo sem perder o ritmo. Adaptar não é desistir do plano, mas criar um plano B enquanto o A ainda tá pegando fogo.
Eu sinto que
O "inacabado" também vale
Existe uma cobrança invisível para que a vida esteja sempre organizada, impecável, brilhando. Essa expectativa silenciosa mina a nossa satisfação, porque nos faz sentir que nada nunca é suficiente.
Mas a vida real não tem filtro. Tem louça acumulada, reunião que atrasa, boleto vencendo e planos que não se encaixam. E isso não significa fracasso. Significa apenas... vida.
Carol Dweck, com sua teoria sobre mentalidade de crescimento, dá um bom ponto: estar incompleto não é o fim, mas o começo de algo novo. Quando a gente aceita isso, o “tá ruim, mas tá bom bom” vira uma forma de resistência. Não é sobre aceitar qualquer coisa, mas entender que o que já existe também tem valor.
O primeiro bolo solado tem mérito. A primeira tentativa errada ensina. Nem tudo precisa ser perfeito para ser válido. Só continuar já é uma baita conquista.
Soft Skill: resiliência 🛠
Trata-se da força de tentar de novo, mesmo sem aplausos, mesmo com tropeços. Aceitar que as coisas ainda não estão como deveriam, sem desistir do que pode ser.
O tempo transforma tudo
Já percebeu que aquele drama que parecia o fim do mundo há uns anos hoje rende boas risadas? Pois é. No calor do momento, tudo parece mais intenso, mas o tempo ajusta as lentes.
E isso é um alívio. Porque mostra que a gente sobrevive ao que parecia insuportável. Não só sobrevive – transforma em história. A diferença entre tragédia e comédia é só o tempo. A capacidade de olhar para trás e rir daquilo que um dia machucou é um sinal de crescimento.
Talvez a felicidade tenha mais a ver com ressignificar do que com evitar problemas. Os desafios sempre vão existir. A diferença está em como a gente escolhe lembrar deles.
Soft Skill: inteligência emocional 🔍
Essa habilidade significa reconhecer as emoções sem se afogar nelas. Dar nome ao que se sente e encontrar um jeito de seguir, mesmo quando o peito ainda aperta.
O possível vale mais do que o perfeito
A cultura do “tudo tem que ser incrível” cansa. Porque se tudo precisa ser épico, qualquer coisa simples parece pouco. Mas e se o “pouco” já for suficiente? E se a graça estiver no que dá pra ser agora?
Quando a gente abraça o imperfeito, algo muda. Nos tornamos mais gentis com nós mesmos, mais generosos com os outros e mais presentes no agora. Porque paramos de esperar a vida perfeita pra começar a vivê-la.
O "tá ruim, mas tá bom bom" é um convite pra continuar. Mesmo sem certezas, mesmo com receios, mesmo quando o cenário tá mais pra furacão do que brisa.
Soft Skill: autocompaixão🌱
Essa é a habilidade de se tratar com gentileza quando as coisas não saem como planejado. Não é dar desculpa, é ter com você mesmo a mesma empatia que daria a um amigo. E isso muda tudo.
Para encerrar
No fim das contas, a vida nunca será um mar de certezas. Sempre haverá algo fora do lugar, um plano inacabado, uma dúvida insistente. Mas é exatamente nesse cenário, entre erros e acertos, que a história acontece. O “tá ruim, mas tá bom bom” não é conformismo, é sabedoria. É entender que nem tudo precisa ser perfeito para ter valor.
A insatisfação pode ser um motor, desde que não nos impeça de reconhecer o que já conquistamos. O improviso não é falta de direção, mas a habilidade de seguir mesmo quando o caminho muda. O tempo transforma dores em aprendizados, e aceitar o que ainda não está completo nos dá força para continuar.
No fim, não é sobre ter tudo resolvido, mas sobre ter coragem de seguir, mesmo sem garantias. Porque viver não é esperar pelo dia perfeito — é encontrar sentido no que já está aqui.
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Equipe Conversa Colab




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