Só me arrependo do que não fiz (sério?)
- Fabio Gossi
- 23 de jun.
- 4 min de leitura

Resumo
Essa frase circula por aí com pose de coragem — como se o único erro possível fosse a omissão.
Mas todo mundo se arrepende. Do que fez, do que falou, do que deixou passar. E isso não é fraqueza.
Hoje é dia de falar sobre isso.
A diferença entre errar e bancar o errado
Tem gente que acha que reconhecer um erro é como aparecer pelado na reunião de time.
“Imagina! E minha reputação? E meu crachá dourado de perfeição?”
Mas a real é: errar é humano, e se arrepender é quase um upgrade da espécie.
Arrependimento não é drama.
É só o cérebro avisando: “Então, amigo… talvez tenha dado ruim.”
E tudo bem. Melhor esse aviso do que seguir repetindo a mesma cagada com mais eloquência.
Soft skill: autorreflexão ativa
Não é sofrer. É usar o erro pra virar gente melhor — ou pelo menos menos irritante.
A função do arrependimento
Dizem que o arrependimento serve pra gente aprender. Mas às vezes ele só serve pra gente lembrar que respondeu “você também” quando o chefe disse “bom trabalho”. Mesmo assim, tem valor.
Porque, quando bate forte, o arrependimento revela uma coisa linda:
Você evoluiu.
Se está olhando pra trás e vendo problema, é porque cresceu o suficiente pra perceber.
Soft skill: inteligência adaptativa
Se ontem você jurava que estava certo e hoje vê que fez bobagem — parabéns. Isso é evolução, não vergonha.
Só se arrepende quem tem noção
Tem uma galera que vive no modo “zero arrependimentos”, como se isso fosse currículo de LinkedIn. “Eu faria tudo igual.”
Nossa. Tudo? Até o PowerPoint com Comic Sans? O áudio de 2 minutos pro crush? A dança no happy hour?
Não é coragem. É amnésia seletiva.
Arrependimento não te diminui.
Te localiza.
Soft skill: responsabilidade emocional
Não é pedir desculpa por tudo. É saber que suas atitudes não vivem sozinhas no mundo.
“Se você se sentiu assim, me desculpa…”

Essa frase é tipo um “desculpa se ofendi” de terno e gravata.
Traduzindo: “O problema é você, mas olha como eu sou civilizado.”
Não, amigo. Não é sobre a sua boa intenção. É sobre o efeito que causou — mesmo que você só quisesse fazer gracinha.
Soft skill: comunicação consciente
Falar bonito não resolve se o outro saiu da conversa querendo apagar seu nome da agenda.
Eu sinto que…
A gente fica tentando fingir que é estátua grega: impecável, inabalável, iluminada lateralmente.
Mas todo mundo tem seu museu de arrependimentos, com salas tipo “Mensagens Que Eu Nunca Deveria Ter Mandado” e “Silêncios Que Falaram Alto”.
E olha: não precisa botar moldura, mas também não precisa apagar.
Arrependimento é a legenda das cenas que ensinaram alguma coisa.
Soft skill: humildade construtiva
É o poder de olhar no espelho e dizer: “Tá, errei. E agora, vamos de novo — com menos fiasco.”
No começo é sempre esquisito
Admitir que se arrepende é tipo dançar em público: no início você sente que tá pagando mico, mas depois vê que ninguém tava olhando — e quem tava, queria dançar também.
Rever decisões não te atrasa.
Te reposiciona.
E isso é bem mais eficiente do que fingir que nada aconteceu e seguir com aquele sorriso de reunião de segunda.
Soft skill: constância emocional
Aquela força interna que ajuda você a rir do passado… sem repetir o show.
Like a pro
Se arrependimento fosse ruim, não teria tanto meme sobre ele.
O problema nunca foi se arrepender.
É fingir que você é uma mistura de Buda com planilha — e sair distribuindo certezas sem espaço pra voltar atrás.
Quem assume que errou, ganha espaço pra ser melhor.
Quem banca o erro até o fim… geralmente acaba virando case de "o que não fazer em ambientes colaborativos".
Soft skill: desenvolvimento com intenção
Porque maturidade não é evitar o erro. É saber o que fazer depois.
Exemplos para inspirar
💻 No home office:
Você termina a call e pensa: “Fui grosso?” Aí a resposta interna é: “Talvez.” E o que você faz? Finge que nada aconteceu. Claro.
Agora imagina se você só voltasse ali, com a cara e a coragem, e dissesse: “Falei mal. E nem era contigo. Foi reflexo.”
Não vira DR, vira conexão. E a reunião seguinte já tem outra textura.
🏢 No presencial:
Você atravessa o corredor e cruza com alguém que você ignorou bonito numa outra conversa. Aí vem o arrependimento, e você tenta sorrir meio torto, como quem oferece perdão com o olhar.
Spoiler: não funciona. O que funciona é parar, falar um “oi” decente, e quem sabe até um “peguei mal outro dia, né?”.
Parece pequeno, mas é isso que muda o clima da sala — e da cabeça.
Para encerrar
Arrependimento não precisa ser um cofre pesado no porão.
Ele pode ser uma lanterna no caminho.
Só se arrepende quem se importa.
E no trabalho, na vida, na firma ou no grupo da família, isso já é meio caminho pra melhorar.
Soft skill: cultura de aprendizado emocional
Equipes que acolhem o erro como aprendizado criam mais verdade, profundidade e vínculo no dia a dia.
O que achou da edição de hoje da Paradoxo?
Na próxima edição: vamos falar mais de…

Essa é a News Paradoxo. Escrita pra quem erra, pensa, volta, tenta de novo — e ri no processo.
Equipe Conversa Colab




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