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Resolvendo problemas que nós mesmo criamos!


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Resumo


Fim de tarde, sofá, som de vinil rolando. A música não era só som — era um evento. Tirar o disco da capa, limpar cuidadosamente, posicionar a agulha… E então, nada mais importava. 


Só você e a música. Agora, pense nos fones de ouvido que você colocou correndo antes de sair de casa, enquanto checava mensagens no smartwatch e tentava responder a uma notificação no smartphone. Parece familiar?


Bem-vindo ao paradoxo moderno: temos mais dispositivos para “facilitar” a vida, mas nos sentimos cada vez mais ausentes dela. Estamos vivendo em um mundo hiper conectado, onde, em busca de praticidade, acabamos criando novos problemas. 


Mas como resolver isso? Vamos refletir sobre o papel que nós mesmos desempenhamos nesse cenário e buscar soluções para voltar ao essencial.


Eu sinto que

Objetos que moldam nossa atenção 📱 


Já reparou como nossos objetos disputam nossa atenção? Um dia, eles só ajudavam; agora, decidem por nós


O smartphone vibra, o smartwatch pisca, o tablet notifica. Eles moldaram nossos comportamentos de tal forma que passamos mais tempo reagindo ao que eles pedem do que ao que realmente queremos fazer


Isso é o que chamamos de design ontológico: os objetos não apenas cumprem funções, mas mudam como vivemos e pensamos.


Lembra do ritual de ouvir música com um vinil? Ele nos convidava a desacelerar e estar no momento. Hoje, nossas playlists tocam no automático, e a música vira plano de fundo para notificações que não param de chegar.


O mesmo acontece com outros rituais. Ir ao cinema, por exemplo, era um evento. Do ingresso ao apagar das luzes, tudo conspirava para te colocar no momento. Hoje, assistimos a séries enquanto checamos o celular, pausando para ver o que chegou no grupo da família.


Este objeto não me distrai, eu escolho dar atenção a ele 📲 



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Parece algo simples, quase óbvio: “meu smartphone não me distrai, eu que escolho usá-lo”. Mas será? A verdade é que muitos objetos e sistemas que facilitam nossa vida acabam “decidindo” por nós. Eles criam atalhos tão irresistíveis que ficamos presos em ciclos de uso sem perceber.


Um exemplo perfeito é a hiper facilitação de entregas e pedidos. Aplicativos que entregam pão quentinho na porta parecem a solução ideal. Afinal, por que gastar tempo indo até a padaria se você pode resolver isso com um clique? Mas o que realmente fazemos com o tempo que ganhamos?


Hoje, o pão chega em minutos, mas o tempo economizado desaparece no scroll infinito do feed. Ganhamos tempo, mas para quê? Para nos afogarmos em notificações e posts que nem lembramos depois.


Estamos presentes ou só de passagem? 🧠


Pesquisas mostram que passamos 47% do nosso tempo divagando, presos no piloto automático. Isso equivale à metade da vida ausente, sem nem lembrar o que estávamos fazendo. E os objetos ao nosso redor não ajudam: eles são desenhados para capturar nossa atenção a qualquer custo.


Como aponta Byung-Chul Han em “A Sociedade do Cansaço”, vivemos em um modelo que sobrecarrega a atenção e explora a produtividade, especialmente para quem depende de garantir o sustento das plataformas digitais. 


Esse contexto intensifica o desafio de equilibrar presença e autocuidado em um mundo hiper conectado.


Ser presente virou um luxo — um privilégio raro de quem tem opção e consegue resistir às telas, às notificações, às distrações. A boa notícia? É possível recuperar o controle.


Quando o atalho não é a melhor escolha


Já falamos por aqui desta ideia do Nilton Bonder: Muitas vezes escolhemos atalhos – o aplicativo de entrega, o e-book em vez do livro, o streaming no lugar do cinema – acreditando economizar tempo. Mas esses atalhos, na prática, nos afastam da profundidade do momento.


O curto caminho longo parece mais rápido, mas rouba experiências ricas: o cheiro da padaria, o encontro não planejado na fila, o caminhar. Já o longo caminho curto exige mais no início, mas nos recompensa com presença e memórias: sair de casa, parar e ouvir música ou ir ao cinema.


No dia a dia

Ajuste o design da sua vida 🎨


E se começássemos a pensar nos nossos hábitos como escolhas de design? Cada compra, cada rotina é como um “projeto” que molda nosso comportamento. Veja algumas ideias que trouxemos:


🚶‍♂️ Troque uma entrega por um passeio: ir comprar pão não é perda de tempo; é um ritual. É um intervalo para se conectar com o mundo ao redor;


⏳ Redefina o tempo economizado: se usar um serviço para poupar tempo, destine esse tempo a algo que realmente importa: ler, conversar ou, simplesmente, não fazer nada;


🚫 Diga não ao automático: antes de pegar o celular para “checar algo”, pergunte: isso é necessário agora? Ou estou apenas no piloto automático?


Para encerrar…

Estar presente é o maior presente 🎁


Estamos terceirizando até o pão quentinho para ganhar mais tempo... tempo para quê? Para nos perdermos na tela? O pão é muito mais saboroso quando você sente o cheiro saindo do forno, quando o simples ato de buscá-lo se transforma em um ritual, e não apenas em mais uma tarefa riscada da lista.


Quando você escolhe dar atenção, ao invés de deixá-la ser capturada, retoma o controle do que realmente importa. Escolher conscientemente é o verdadeiro luxo. Os objetos não decidem o seu tempo – quem decide é você.


Recebeu de alguém? Deseja ler em outro e-mail?


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Que tema você quer ver por aqui? 



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Em cada escolha de atenção, há espaço para uma boa conversa — seja sobre o pão quentinho que virou delivery ou a pausa para ouvir um vinil. Afinal, é por meio do diálogo, tanto interno quanto com os outros, que descobrimos o que realmente importa. 


Descubra como a Conversa Colab tem auxiliado profissionais e empresas a perceber os efeitos do design de hábitos e a desenvolver mais presença e conexão no cotidiano.


Equipe Conversa Colab

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