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Quem é você quando ninguém está te olhando?

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Tem dias que parece que a vida virou um grande pitch. Um pitch de si mesmo. A gente entra na reunião já pensando no que vai postar depois. 


Sorri com filtro, escuta com legenda e compartilha aprendizados em tempo real. É o jeito atual de viver: como se estivéssemos sempre sendo avaliados — por um público que nem sempre está lá.


No dia a dia

A identidade como um feed🧩Você acorda. Abre o WhatsApp, depois o Instagram, talvez o LinkedIn. A primeira pergunta do dia não é “como eu estou?”, mas sim “o que eu tenho pra mostrar hoje?”. 


Até o silêncio virou oportunidade de conteúdo. “Gente, sumi mas tô viva! Aprendendo muito nesse processo aqui.”


A curadoria de si é isso: uma edição constante, onde não basta sentir — é preciso ter uma legenda boa pra acompanhar.


Soft skill: consciência de contexto

Saber como se apresentar em diferentes ambientes é uma habilidade essencial. Mas quando o esforço para parecer interessante supera o espaço para simplesmente ser, o cansaço bate — e ninguém posta essa parte.


A função da curadoria 🧠


Curar é escolher. E escolher é abrir mão. A curadoria de si permite que a gente destaque o que quer mostrar ao mundo, sim — mas também pode ser um jeito de entender o que importa de verdade.


Quando usada com consciência, ela organiza a bagunça interna. Quando usada no piloto automático, ela vira um filtro que separa a gente da própria experiência.


Soft skill: discernimento emocional

Entender o que é expressão genuína e o que é performance exige escuta interna. A curadoria precisa de critério, não só de estética. E critério vem de dentro.


A síndrome do “conte sempre com um aprendizado”💡


Tem algo meio exaustivo acontecendo: toda experiência precisa virar insight. Perdeu o emprego? Aprendizado. Terminou um relacionamento? Crescimento pessoal. Teve burnout? Thread no Twitter com lições valiosas.


Mas e se só doer? E se só for confuso?


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Quando até a vulnerabilidade precisa de branding, a espontaneidade some do mapa. A gente começa a viver para a moral da história — e não pela história em si.


Segundo a Harvard Business Review, a construção da marca pessoal se tornou uma exigência velada nas carreiras modernas. Não basta ser competente — é preciso parecer interessante o tempo todo. 


Isso cria um paradoxo: quanto mais performamos autenticidade, menos espaço há para a autenticidade real. A curadoria de si, quando constante, pode gerar uma desconexão profunda com a própria identidade.


Soft skill: autenticidade prática

Ser autêntico não é contar tudo. É não distorcer o que se vive só para caber em um formato vendável.


Eu sinto que…

A vida virou um carrossel do Instagram🌀


Não importa o que acontece — importa como você apresenta. E o pior: às vezes a gente começa a confundir a apresentação com a experiência real. A gente sente menos pra parecer mais.


Sinto que isso cria uma ansiedade estranha, uma sensação de estar sempre atrasado na própria narrativa. Como se a vida estivesse em rascunho, esperando revisão.


Soft skill: autoaceitação radical

Abrir mão do aplauso, ainda que por um momento, é o caminho para viver sem plateia. E talvez, nesse espaço, a gente descubra quem é quando ninguém está olhando.


No começo é sempre difícil 🌱


Sim, vai parecer que você está se “apagando” se não postar aquela conquista. Vai parecer desinteressante se não tiver algo inteligente pra dizer num café com o time.


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Mas talvez isso seja só o efeito da abstinência da validação. Desapegar da curadoria não é virar invisível — é voltar a enxergar de verdade.


Soft skill: segurança subjetiva

É confiar que, mesmo sem o filtro da performance, você ainda tem valor. Muito valor. E que nem todo dia precisa ser instagramável pra ter significado.


Like a pro

Menos palco, mais presença🎯


A curadoria de si não precisa ser abandonada — mas pode ser revista. Em vez de só mostrar o que funciona, que tal viver o que faz sentido?


Mostrar menos pode abrir espaço pra sentir mais. E sentir mais é o que cria conexão de verdade — com os outros e com você.


Soft skill: presença relacional

Estar inteiro nas interações, mesmo sem nada pra provar, é o que sustenta relações autênticas. E no fim do dia, é disso que a gente mais precisa.


Exemplos para inspirar


💻 No home office:

  • Pausar antes de compartilhar um update pessoal. Você está dividindo ou vendendo?

  • Começar o dia escrevendo um parágrafo que ninguém vai ler. Só pra você.


🏢 No presencial:

  • Ter conversas sem moral da história. Só escuta mesmo.

  • Deixar espaço pro silêncio em grupo — sem precisar preencher com piada ou produtividade.


Para encerrar

Ser publicável o tempo todo é exaustivo.

E não, isso não é um manifesto contra redes sociais. É só um lembrete: você não precisa ser interessante. Você já é inteiro. E isso, sim, é revolucionário.


Soft skill: integridade emocional

Viver com alinhamento entre o que se sente e o que se mostra é uma prática diária de coragem e lucidez.


O que achou da edição de hoje da Paradoxo?


Próxima edição: vamos falar mais de…


Conheça como a Conversa Colab tem ajudado profissionais e empresas a refletirem sobre autenticidade e presença no dia a dia e desenvolverem relações mais verdadeiras, leves e sustentáveis, dentro e fora do trabalho.


Equipe Conversa Colab

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